A morte trágica de um médico ciclista na Avenida Litorânea, em São Luís, na madrugada da última sexta-feira (29), chocou a população e gerou protestos e homenagens de outros ciclistas que pedem mais segurança e respeito nas ruas da capital maranhense.
O médico intensivista
O médico intensivista Édson Soares, de 54 anos, conhecido como Carioca, era natural do Rio de Janeiro e residia em São Luís, onde trabalhava no Hospital Universitário Presidente Dutra.
Ele costumava fazer ciclismo na orla da cidade, junto com um grupo de amigos.
Segundo testemunhas, ele foi atropelado e arrastado
Segundo testemunhas, ele foi atropelado e arrastado por cerca de 30 metros por um carro que trafegava em alta velocidade, por volta das 5h da manhã.
O motorista do veículo fugiu sem prestar socorro e deixou o médico sem vida no local do acidente.
O autor do atropelamento foi identificado
O autor do atropelamento foi identificado como José Coelho de Oliveira, de 44 anos, conhecido como Zé Baiano, que é empresário e trabalha com aluguel de veículos para motoristas de aplicativo.
Ele foi preso e autuado em flagrante por homicídio doloso, sem direito a fiança.

Em depoimento à polícia
Em depoimento à polícia, ele disse que saiu de casa por volta das 4h para buscar um amigo em uma loja de conveniência e levá-lo até um hotel.
No retorno para a sua residência, pela Avenida Litorânea, ele passou pelo semáforo do final da avenida, que estava apagado, e escutou um barulho muito alto.
Ele pensou que tinha batido em um obstáculo e só percebeu que tinha atropelado alguém quando viu o para-brisa estilhaçado.
Ele afirmou que entrou em pânico e não conseguiu parar o carro para socorrer a vítima.
O carro usado no atropelamento
O carro usado no atropelamento foi encontrado em uma oficina mecânica no bairro do Vinhais, onde o empresário tentou consertar os danos causados pela colisão.
A polícia civil está realizando várias perícias para confirmar se a versão do empresário é verdadeira e se ele estava alcoolizado ou sob efeito de drogas.
A morte do médico
A morte do médico Édson Soares causou grande comoção entre os seus familiares, amigos, colegas de trabalho e a comunidade ciclística de São Luís.
Ele era descrito como uma pessoa alegre, generosa, dedicada e apaixonada pelo esporte.
Na manhã do sábado (30), dezenas de ciclistas se reuniram
Na manhã do sábado (30), dezenas de ciclistas se reuniram na Avenida Litorânea para homenagear o médico e fazer um protesto pacífico.
Eles pediram mais segurança para a categoria nas ruas e avenidas da cidade, que não conta com uma quantidade adequada de ciclofaixas.
Eles também exigiram justiça para o caso e punição para o responsável pelo atropelamento.
Entre as reivindicações dos ciclistas
Entre as reivindicações dos ciclistas estão:
o fechamento de pelo menos uma faixa da Litorânea de 4h às 7h para uso exclusivo de ciclistas e corredores;
a presença de postos policiais fixos em alguns pontos da orla;
a instalação e o funcionamento efetivo de câmeras de monitoramento e radares de controle de velocidade na avenida;
e a conscientização dos motoristas sobre o respeito às leis de trânsito e aos direitos dos ciclistas.
O cortejo
Os ciclistas também fizeram um cortejo até o cemitério Jardim da Paz, onde o corpo do médico foi sepultado.
Eles levaram faixas, cartazes, balões brancos e flores para homenagear o amigo que perderam de forma tão brutal.
Mais um exemplo da violência no trânsito
A morte do médico Édson Soares é mais um exemplo da violência no trânsito que vitima milhares de ciclistas no Brasil todos os anos.
Segundo dados do Ministério da Saúde, 60% das 13.718 mortes de ciclistas registradas entre 2010 e 2019 foram causadas por atropelamento.
A falta de estrutura, de fiscalização e de educação são os principais fatores que contribuem para esse cenário alarmante.
Os mais vulneráveis no trânsito
Os ciclistas são os mais vulneráveis no trânsito e precisam de mais proteção e respeito por parte dos motoristas e do poder público.
Pedalar é um direito de todos e um benefício para a saúde, o meio ambiente e a mobilidade urbana.
Por isso, é preciso que haja mais investimento em infraestrutura, mais campanhas de conscientização e mais rigor na aplicação das leis para garantir a segurança e a vida dos ciclistas.
Fontes: